Olhei pela janela da vida disse adeus, resolvi despedir-me
de tudo e partir, mas tudo era tão pouco, fui arrancada dos meus pensamentos
por um toque no ombro direito, virei-me e nada vi ,mas escutei um sibilado e
uma brisa suave tocou de leve meu pescoço e então escutei uma voz como saída da
lira de Orfeu que me indagou:
Como podes dizer que o teu tudo é quase nada, verme egoísta que
te sentes rastejar no lodo da terra de tanto egocentrismo em que te encontras,
olha lá para fora, as árvores crescem para te proteger a vida, matar-te a fome
ajudar-te a respirar, repara no colorido das flores que abrilhantam teu olhar e
os rios que tropeçam nas pedras sem se queixarem e seguem seu rumo para o mar
que beija a areia da praia que acaricia teus pés , sente o sol que te oscula e
faz teu corpo vibrar e para tudo isto tens a visão que te deixa beber toda essa
beleza que tudo te dá sem nada pedir.
Como podes dizer que o teu tudo é quase nada, quando tuas
pernas caminham no asfalto que construíste, o sangue percorre teu corpo fazendo
que o teu coração toque os acordes da vida, sente como o cérebro entoa as memórias
da existência, vida que escolheste pelas decisões que tomaste ao longo do tempo,
não digas adeus pois a despedida iria demorar uma eternidade tempo que não
possuis, agradece simplesmente cada dia com os momentos bons e menos bons que
servem de aprendizado ao teu caminhar.
Sai de dentro de ti, desse mundo materialista subjetivo que
criaste para te proteger, abre-te aos outros, ao novo, deixa que a vida flua no
teu Ser e levita na leveza que existe na doação,
no amor, isso é a
felicidade o que procuras sem encontrar.
Empalideci ,quase perdi as forças, e percebi que toda a
minha vida vivi sem viver, mas…
Ainda me resta o dia de hoje para alterar o rumo da vida,
porque o ontem já passou e amanhã não sei se vou cá estar, então sim é hoje o
primeiro dia do resto da minha vida.
Fotos e post Luna